As obras que compõem a exposição “Pare-Olhe-Siga”, montada no Espaço Cultural do Banco Central, em Belo Horizonte, pertencem à série “Construções Fotográficas”, iniciada em 2008. Lancei-a em 2010, durante o Festival de Inverno de Ouro Preto, com a individual “Construções”.
Considero que esta linha de trabalho é uma fusão e uma evolução daquelas que explorei anteriormente. Estão presentes influências das fotomontagens digitais da série figurativa “Cidade das Palavras” e das pinturas com motivos geométricos apropriados dos ladrilhos hidráulicos, além de outras experiências visuais - muitas delas com a prática da repetição modular - em artes plásticas e gráficas, minhas duas principais áreas de atuação.
As “Construções Fotográficas” são feitas a partir da manipulação digital de fotografias, das quais seleciono pequenos trechos que, replicados, formam novos módulos circulares, remetendo a mandalas, caleidoscópios e fractais. Raramente paro por aí. Na maioria das vezes, trabalho até obter um bom número de círculos “da mesma família”, ou seja, que partem da mesma foto ou do mesmo tema fotografado. Depois, costumo combiná-los, construindo novas estruturas, geométricas e abstratas, limitadas no recorte retangular ou nas curvas de rosáceas e nuvens. As criações são materializadas através de ampliações em papel fotográfico ou de impressões sobre materiais rígidos, como chapas de MDF, depois recortadas a laser.
Em cada obra, permanecem formas, texturas e cores dos motivos fotografados, o que, às vezes, permite que o observador identifique detalhes familiares. Recentemente, criando algumas das “construções”, obtive imagens luminosas - vermelhas, amarelas e verdes, que me lembraram os sinais de trânsito. Inspirado nas luzes dos semáforos e nas placas das travessias ferroviárias, cheguei a uma imagem e a um título para a presente mostra: “Pare-Olhe-Siga”.
O que lhe proponho é que pare um pouco, olhe atentamente cada obra e siga o seu caminho, com algo a mais na bagagem cultural...
